A
economia de energia elétrica é o único fator considerado na hora de trocar as
lâmpadas incandescentes pelas fluorescentes. Elas são mais econômicas e
duráveis, porém, possuem também aspectos menos falados, mas não menos
importantes, como a poluição ambiental e a distorção na forma da corrente
elétrica. A presença de mercúrio nessas lâmpadas não é novidade para muitos.
Estando intacta ela não oferece perigo algum ao homem, e ao meio ambiente.
Quando quebradas, elas liberam vapor de mercúrio que inalado pode se depositar
no organismo. Mas a inalação não é a única forma de contaminação. Uma vez
liberado, vai se depositando no solo, rios, lençóis freáticos, terminando por
alcançar a cadeia alimentar, tendo como depósito final os seres humanos. O mal
causado pelo mercúrio nos seres humanos é bem conhecido (ex: câncer) assim como
o perigo de sua presença na cadeia alimentar.
O
mercúrio ainda é usado em alguns processos industriais. De outro lado o
mercúrio também esta presente em vários produtos de uso diário, tais como
termômetros, alguns tipos de pilhas e nas lâmpadas fluorescentes. Nesses casos
o controle da contaminação ambiental e mais difícil, pois geralmente esses
produtos, depois de serem utilizados são descartados com o lixo comum e levados
diretamente para aterros, ou, é então incinerado. Consequentemente elas serão
quebradas e liberarão vapor de mercúrio. Este volta para nós pela água e
alimentos, quando não inalado pela pessoa que a manuseia. A contaminação do
organismo se dá principalmente pelos pulmões.
A
descontaminação é a melhor alternativa para essas lâmpadas. Este processo
consiste nas seguintes etapas:
Descontaminação: Após
a triagem as lâmpadas são encaminhadas ao setor de descontaminação, esta
nova etapa é constituída por três fases:
- Fase 1: As lâmpadas são
colocadas em uma esteira que as conduzirá ao interior do equipamento;
- Fase 2: Dentro do
maquinário, as lâmpadas são quebradas por submersão em meio líquido onde
reagentes químicos se encarregam de separar os materiais tóxicos do vidro
e dos metais;
- Fase 3: O mercúrio é
armazenado em recipiente especial, sendo que vidros e metais são
conduzidos através de uma esteira onde também são separados e armazenados.
Ao
final de todo o processo, os componentes das lâmpadas, já descontaminados,
voltam a ser matéria-prima sendo reutilizados em diversos segmentos.
Existe
uma empresa no Brasil, a Apliquim, localizada em Paulínia
(SP), que detêm da tecnologia necessária para extrair o mercúrio. Grande parte
das instituições que descontaminam voluntariamente as lâmpadas fluorescentes
usadas, buscam obter o certificado ISO 14000, condição exigida por alguns
mercados consumidores para a entrada de produtos estrangeiros. Esse selo verde,
é uma garantia de que a entidade utiliza métodos industriais que não agridem o
meio ambiente.
Para
o cidadão comum que não tem como encaminhar suas lâmpadas para a
descontaminação, sugere-se que se guarde a embalagem original para
acondicioná-las após o uso, pois assim diminui a possibilidade da lâmpada se
quebrar até ser depositada em algum lugar. O ideal seria termos postos de
coletas para essas lâmpadas, mas como ainda não temos e falta disposição
política para resolver esse problema, a solução é tomar o maior cuidado
possível.
"Vida inteligente não cairá do céu, ela dependerá de muita conscientização e responsabilidade cidadã."
(Ana Flávia Borges Badue - Consultora em Educação Ambiental)
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